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Mostrando postagens de dezembro, 2020

Peter, Paul and Mary (1962)

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É difícil olhando daqui (2020) saber qual a realidade "radiofônica" de um ano específico, ainda mais quando esse ano já faz quase 60 anos rssss mas recentemente andei fazendo as pazes com a música dos EUA dos anos 60 e, inspirado por um livro que estou lendo, de autoria de um grande amigo, ando imerso na bolha cultural do ano 1961.  Essa virada dos anos 50 para os 60 nos Estados Unidos foi marcada por muitas mudanças, grandes mudanças, daquelas que definem os rumos do futuro. Tendo como pano de fundo a luta pelos direitos civis, que ganhou uma força extraordinária com a eleição de John Kennedy e começou a se infiltrar inclusive nos lares confortáveis da América branca, uma mudança cultural que se alastraria (na verdade, se evidenciaria) por todo o mundo ocidental nos anos seguintes, começou a ser fomentada ali. A popularização do jazz e do blues rural e elétrico, estilos negros por excelência, deu a tônica do ambiente contracultural dos anos anteriores e alcançou um patamar q

Crise (Kris, 1946)

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A primeira vez que vi uma história de alguém infeliz cujo motivo da infelicidade é justamente a felicidade (!!) foi no livro O Fardo (1956) de Agatha Christie. Não sei se expliquei isso direito mas é isso mesmo. O sofrimento da protagonista na trama vem do fato de ela ter todos os ventos soprando a seu favor, o que provoca muitas reviravoltas ao longo da sua vida e na vida daqueles que a rodeiam. O primeiro filme dirigido pelo Bergman, esse Crise, aponta nessa mesma direção, e chegou primeiro em relação ao livro da Agatha Christie. A crise aqui irrompe na vida da jovem Nelly através de outras três personagens que, vejam só, por não enfrentarem suas próprias crises, projetam toda a sua felicidade em cima da jovem que, imatura, sonhadora e ainda submissa às paixões, não tem força para decidir por si.  Esse primeiro trabalho do diretor sueco já é rico em profundidade psicológica, apesar de não ousar tanto em simbologias como faria mais a frente. Bergman aqui já nos mostra que as narrativa

The X-Files (2ª Temporada, 1994-1995)

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A ideia de criar híbridos entre humanos e seres extraterrestres não é nova. Criar clones ou humanos geneticamente modificados a fim de desenvolver uma raça de super humanos (super soldados) também não é exatamente uma novidade. É o suco da ficção científica moderna, e na segunda temporada de The X Files, vemos essa ideia sendo muito bem desenvolvida, de forma vagarosa, durante vários episódios, o que também implica o adensamento da trama alienígena nessa temporada.  É um ano agitado para Mulder e Scully. A busca pela ~Verdade ~ já consumiu a vida de Mulder, e agora Scully começa a sentir os efeitos psicológicos dessa jornada. Sua relação com o inexplicável continua complicada, e Dana se apega à lógica até o último momento, mesmo já tendo testemunhado mais eventos estranhos à natureza conhecida do que gostaria. Ela é muito criticada por essa "teimosia" em não "acreditar", mas ela também é muito prática, na verdade. O apego à racionalidade no primeiro momento tem sua