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Mostrando postagens de maio, 2021

Vera Cruz (Edu Falaschi, 2021): me deixou feliz

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Não é de hoje que eu curto o som do Falaschi, e quando falo “o som” é porque ele tem uma forma de compor muito característica, não só por seguir a cartilha do power metal e entregar tudo que um fã do estilo quer ouvir, mas porque ele tem aquele “feeling” de compositor de melodias cativantes e que pegam rápido (não sei como os hits dele não extrapolaram a cena metal). No “começo da internet”, rsss ou pelo menos naquele período que começaram a surgir os primeiros sites de compartilhamento, como Rapidshare e Mediafire, não só os clássicos das bandas mas também material antigo e até algumas raridades começaram a pipocar web a fora, algumas coisas até difíceis de achar (até então, hoje é outra história). Nessa época, que coincidiu com a entrada do Edu Falaschi para o Angra, acessei Mitrium (que não lembro mais do som), e Symbols, bandas pelas quais Edu Falaschi e essa “marca” que comentei aqui já se faziam presentes desde então. A qualidade como compositor de Edu também atravessou, não sem

Spirit: o espírito de 1968

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  Esses dias andei ouvindo o chamado do espírito, ops, do Spirit (rsss, podre), e retomei o primeiro álbum deles. É o típico disco sessentista que me leva de volta uma bolha "atmosférica" que há um tempo não vivencio, mas que era comum numa época em que eu só ouvia rock hippie: Grateful Dead, Jefferson Airplane, Love, Big Brother and Holding Co., Beau Brummels, Byrds, e também o Spirit, pra fechar o time californiano. E talvez até por isso o disco de estreia do Spirit seja repleto desse… ar, que permeia a discografia dessas bandas: pra mim tem cara de sol, praia, amor, liberdade, e até alguma paz, mesmo que os experimentos mais voltados pra psicodelia causem alguma bagunça no som (nos sentidos), mas isso nem chega a acontecer nesse disco. Apesar de não ter bombado de primeira, o disco provocou alguma repercussão (principalmente se avaliarmos melhor as polêmicas envolvendo o Led Zeppelin), inclusive pela variedade de sons que não se limitava ao espectro “ensolarado” que as gui

Agents of Fortune (Blue Oyster Cult, 1976): um "clique" na perspectiva

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Foram os agentes da fortuna que me trouxeram esse texto. Para além dos significados que nos remetem a dinheiro, a palavra fortuna tem outros significados que se atrelam a este, ora mitológicos, ora filosóficos, mas sempre voltados para a percepção da fortuna como destino, acaso, aquilo que a vida lhe reserva - e por “reserva” e "destino" aqui não precisamos entender como predestinação, mas algo que inevitavelmente acontece, não necessariamente no futuro, mas todo os dias, presentemente. Desígnios que podem nos parecer serem “distribuídos” aleatoriamente, mas que pescamos em nosso caminhar. Parece ser, ainda, algo que só percebemos ao contemplarmos nossa própria vida de forma distanciada e imparcial. Ora, tem algo mais inevitável que o acaso que nos acomete? Quando digo que os agentes da fortuna me trouxeram a esse texto eu quis dizer que foi uma série de acasos que se interligaram e culminaram nessa escrita. Essa energia começou a se condensar quando a série sobre o John Carp

Ômega (Epica, 2021): Inteligência e visão inspiradora

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Por ora, não há o que se acrescentar sobre o Epica. Após alguns anos sem lançar novos trabalhos, com Ômega, lançado em abril deste ano, a banda dá continuidade a linha que vem traçando desde o primeiro álbum, o ótimo e hoje nostálgico e saudoso The Phantom Agony (2003). A banda se mostra mais e mais entrosada a cada disco que passa, e as leves mudanças na formação parecem não interferir tanto no projeto principal do líder Mark Jansen, que é propor um som poderoso, tecnicamente perfeito, sinfônico, integrado, ~ holístico ~. Nesse novo trabalho, assim como em todos os anteriores, há muita metafísica e misticismo embasando as letras (e também as canções), e é aqui que está o “brilho” da coisa - a inspiração! Mark Jansen, como bom interessado nas coisas do ”espírito” (ele deve ser um entusiasmado estudante de ocultismo e esoterismo, assim como das ciências), reflete o mundo a partir dessa ótica e nos entrega um trabalho inspirado e inspirador, chamando para o otimismo e uma postura corresp