O Homem que Ri (Victor Hugo, 1869): um chamado à simplicidade
Uma das qualidades que mais me “pegam” no pouco que conheço da obra do romancista francês Victor Hugo é sua capacidade de contar uma história nas mais diversas dimensões possíveis, literalmente lhe inserindo dentro da atmosfera psicológica (psicosfera rs) na qual a trama ocorre, resgatando muitas vezes, nuances passadas para “consolidar” mais ainda a ilusão. E quando falo de “atmosfera psicológica” aqui, não falo apenas dos personagens sobre os quais a trama se refere, mas a uma verdadeira “tour” que o autor promove pela história, geografia, sociologia e filosofia de um lugar, começando com uma visão muito geral e filtrando o olhar até chegar aos indivíduos sobre os quais se quer aprofundar. Com a atenção devida, você consegue virtualmente respirar esse ar tão específico. Em O Homem que Ri, lançado originalmente em abril de 1869, Victor Hugo tece suas críticas sociais, outra característica de sua literatura, através do, assim considerado, freak Gwynplaine. Filho da aristocracia inglesa