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Mostrando postagens de março, 2021

Sunfighter (Paul Kantner/Grace Slick, 1971): montado na esperançapor dias melhores.

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Há um sentimento de nostalgia no ar nos últimos dias, e talvez até por isso mesmo eu ando ouvindo MUITA música. Muita mesmo, principalmente músicas do meu passado adolescente: muito metal e um ou outro som bicho grilo daqueles pra deixar o corpo leve. Aliás, hoje, data em que seria comemorado o aniversário do meu querido Paul Kantner, se fosse vivo, passei os momentos livres do dia ouvindo  trabalhos seus, sem a marca Jefferson Airplane, mas ainda ligados ao grupo - até porque a turma de San Francisco é uma só, parece que todo mundo faz tudo junto. Os dois trabalhos que me debrucei hoje acabaram sendo o Planet Earth Rock n Roll Orchestra Blows Against The Empire, distopia hippie interplanetária que ouvi pouco mas que sempre me causa uma sensação maravilhosa, como se eu flutuasse dentro de uma bolha tão bem conhecida e explorada na minha adolescência espiritual - que é o som hippie californiano. Outro disco que acabei escolhendo foi o Sunfighter, sempre referido como álbum solo da Grace

I May Destroy You ou como a civilização está destruindo cada um de nós

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Impactado com May I Destroy You. Passei os dois dias após concluir a minssérie sem saber o que fazer com "aquilo"; a série definitivamente não poderia ter outro nome.  Quem é antenado nas redes sociais e se propõe manter-se atualizado quanto aos tópicos do momento (e todos são sociais, se parar pra ver), deve ter percebido que nos últimos dois anos (e continua), o processo potencializado pelas redes sociais, de conectar e dar voz, atingiu picos e salientou paradoxos  que saltam aos olhos quando analisamos o fenômeno em larga escala. As consequencias diretas são sentidas nas nossas vidas individuais, coletivas, na administração da nação, no espírito do tempo. E não é um sentimento exatamente bom. É um momento de transição, mas uma transição que talvez se dê em escala milenar, planetária, e o momento atual ainda é  um estopim inicial, confuso e conflituoso, que requer comprometimento individual e coletivo para ser superado. Mas antes precisamos entender o que acontece, e é aí q

The Bad Seed (1956): pure evil.

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O tema "crianças malignas" não é nenhuma novidade no cinema e na TV. A despeito do boom de filmes que tivemos com essa temática a partir da Samara Morgan, do filme O Chamado - que já era uma cópia até razoável do sinistro Ringu, filme assombrado pela poderosa Sadako, as crianças já assombram as telas do cinema há dezenas de anos. O que não faltam são clássicos e mais clássicos com personagens tão fofos quanto hediondos, nos fazendo pensar - ou nos induzindo a crer - que o mal existe e pode ser inato à algumas pessoas. Impossível não se sentir incomodado com personagens como a Esther de A Orfã, ou o Henry de Anjo Mau. O magricela Michael Myers, de Halloween, ao se revelar durante aquela cena inicial do clássico de 1978 é de certa forma indicador disso. "O olhar frio e sem emoção denunciava um mal desconhecido" (como sugere Dr. Loomis), que poderia até ser resultado de uma infância perturbada, mas certamente não era o caso ali - isso só pra citar aqueles que não estav

Crime Scene: Vanishing of Cecil Hotel (2020): hotel mal assombrado

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O caso do desaparecimento da jovem Elisa Lan, canadense e uma das "vítimas" do Cecil Hotel, hotel famoso e completamente mal assombrado - e isso sou eu que estou afirmando, apesar de não estar falando sobre "assombrado" da forma como provavelmente se imagina quando se ouve essa palavra - localizado no centro de Los Angeles, California, é o foco da série documental Crime Scene: Vanishing of Cecil Hotel, em cartaz no Netflix. Esse foco do programa na morte da canadense de ascendência chinesa parece uma premissa errada para um protagonista como aquele (o próprio hotel), e acaba se tornando uma pegadinha para aqueles que estão na busca de mistérios sem solução, mas, curiosamente, é justamente aí que a coisa fica interessante. O hotel foi construído em 1924 e nasceu como hotel de luxo, mas não resisitiu à crise econômica do fim da década, iniciando, já no momento seguinte, seu processo de decadência que crescia paralelamente à sua fama de local infame. No centro de Los A