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Mostrando postagens de dezembro, 2021

Malignant (James Wan, 2021): J-J-James Wan getting better.

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James Wan é um diretor que venho acompanhando muito de leve e a certa distância. Ele está envolvido, direta ou indiretamente, em alguns dos trabalhos mais relevantes do horror comercial contemporâneo, e após quase 20 anos desde Saw (2004), seu primeiro grande trabalho, sua carreira o tornou conhecido o suficiente para sermos capazes de antever um “estilo James Wan” de contar história de terror.  E a história que ele resolve contar em Malignant, sua nova incursão no gênero após cinco anos afastado para passear pelos oceanos da Marvel com sua versão do Aquaman, pode ser vista como o que ele faz de melhor, ou um aperfeiçoamento disso: horror psicológico/sobrenatural com entidades vingativas e insidiosas. Ok, esse não é exatamente o seu padrão, mas é a fórmula base de alguns de seus principais hits, como Insidious (2011) e The Conjuring (2013), este último, algo que alcançou sucesso tal que marcou o início de um “horrorverso”, ampliado por suas continuações e derivados (Anabelle (2014) e T

Friday The 13th VII - The New Blood (John Carl Buechler, 1988): Jason buscando novidade.

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Me sinto no esgoto mais asqueroso da arte do século XX assistindo sexta-feira 13 parte 7 mas quem disse que não existe poesia na imundície né. Reza o Wikipedia que nessa altura, o estúdio (Paramount) queria dar mais "sustância" à série e de fato eu percebi uma significativa melhora na qualidade de Jason Lives (Part VI), com o filme seguindo coerente após a trama (ainda que absurda) estabelecida. Esta sétima sequencia tem um mote muito parecido com o Silent Night, Deadly Night 3, sobre o qual coincidentemente postei ontem aqui, e mostra um entrelaço psíquico entre uma garota com poderes telecinéticos e o Jason, agora em sua melhor forma. Assim como no SNDN 3, a garota em questão é "cobaia" de um psicanalista meio inescrupuloso que quer estudar seus poderes, e propõe uma experiência radical (trazendo-a de volta ao local da morte do pai, o Lago Crystal) a fim de explorar as habilidades da paciente. O que ele não contava é que a garota traumatizada com os próprios poder

Silent Night, Deadly Night 3 - Better Watch Out! (Monte Hellman, 1989): esse deu certo!

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Não sei porque eu engatei de ver a série Silent Night, Deadly Night. Me parece que rever o primeiro filme depois de tantos anos me fez perceber as possibilidades interessantes que a história "disponibiliza".  O primeiro filme engata um slasher clássico, com serial killer vestido de papai noel - e acho que a primeira ideia do brainstorm que deu origem a esse filme deve ter sido essa - mas o faz com alguma classe. Há toda uma trama psicológica que condiciona os eventos do filme, e que é narrada meticulosamente apontando as causas para os diversos porques que envolvem o papai noel assassino, tornando SNDN já muito diferente dos slashers habituais dos anos de 1980. Na segunda parte dessa franquia, teríamos um filme razoável não fosse o fraquíssimo desempenho de todos os envolvidos ali: de péssimas atuações até uma direção que opta por reprisar o filme anterior quase inteiro na forma de flashback, mas ok, conseguiu fazer uma ponte entre o primeiro e o intrigante terceiro filme e e

Black Christmas (Bob Clark, 1974): então é natal, e o que você fez?

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Natal né, resolvi me estender um pouco mais sobre esse clássico natalino sobre o qual falei tão pouco em outra postagem. Trata-se de um filme que dizem ser um pouco mais "obscuro" que os hits da década de 1970, e isso, muito em parte, por se tratar de uma produção canadense, em parte por ser um daqueles bons filmes "sérios" daquela época, um filme que ainda preza pela coerência no roteiro e dispensa um bom trabalho na criação dos personagens, que, se não fogem dos estereótipos, pelo menos convencem.  A trama é baseada, dizem, numa série de crimes que ocorreram em Montreal naquela época, e também em lendas urbanas locais, numa em particular envolvendo um assassino escondido dentro da casa da vítima. Nisso, o que vemos na tela é um bom slasher, antes mesmo de esse gênero se tornar popular. Antes disso, era o cinema italiano que se debruçava com mais expertise  em tramas investigativas com assassinos seriais, perseguições e muito mistério. Mario Bava já pintava esse qu