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Mostrando postagens de janeiro, 2022

The Texas Chainsaw Massacre 3 (Jeff Burr, 1990): apenas divertido.

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O Massacre da Serra Elétrica original, dirigido pelo Tobe Hopper e lançado em 1974, é um clássico absoluto do cinema de horror, e disso ninguém duvida. Quase um épico do estilo (apesar da curta duração), é um filme tão bem acabado que até suas cenas, se consideradas individualmente, superam muitos filmes em qualidade - inclusive filmes razoavelmente bons. É um dos melhores exercícios cinematográficos de terror, sem sombra de dúvida. Mas como nada original nesse gênero se mantém por muito tempo "puro", a "aura" desse clássico também foi "maculada", com o que começou como uma ideia massa se tornando em mais uma franquia de terror que duvido muito que tenha sido lucrativa pra alguém (algo que não tenho como afirmar). Em 1990, foi lançado o Massacre da Serra Elétrica 3, sob a direção de Jeff Burr, diretor conhecido por algumas continuações de filmes menores, como Pumpkinhead 2 e alguns filmes da série The Puppet Master. Há poucas novidades nessa sequencia, mas

M.A.S.H. (Robert Altman, 1970): parece datado mas é ótimo.

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  "M.A.S.H. (Mobile Army Surgical Hospital) is what the new freedom of the screen is all about". Essa frase, contida num dos posters originais de M.A.S.H., define bem essa que é a empreitada e teatral de Robert Altman mais bem sucedida comercialmente. Aqui, o cineasta inicia uma fase ainda mais experimental, por assim dizer, onde revisita os gêneros tradicionais estadunidenses holywoodianos com seu olhar único, dando novas dimensões àquilo que vinha sendo banalizado pela indústria cinematográfica. E em M.A.S.H., o que temos é um filme de guerra que está longe de ser convencional. A narrativa acompanha a passagem de três novos cirurgiões pelo 4077º M.A.S.H., estabelecido nas florestas coreanas durante uma guerra - que no filme se passa na Coréia mas com alusões evidentes à guerra em curso no Vietnã. A unidade hospitalar militar, entretanto, é uma grande bagunça, não no sentido do que uma comédia convencional nos mostraria, mas no sentido de conter ali um grupo de personagens a

Countdown (Robert Altman, 1968): Altman aprumando o zoom na direção da lua (simbólica).

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Uma das coisas que considero mais marcantes no cinema de Robert Altman é o olhar cirúrgico que lança sobre os contrastes entre a vida pessoal e coletiva, característica que pode ser vista ao longo de toda a sua filmografia. A marca do costume e da cultura no indívíduo é profunda e fonte de muitos complexos que os indivíduos trazem em sua constituição, e são essas nuances que moldam a realidade em que vivemos. Altman parece saber disso, assim como parece não à toa sua fixação com os bastidores das situações, local onde a "realidade" se constroi, seja no teatro ou na vida real e um cenário recorrente em seus filmes, e com o uso do zoom.  Countdown, lançado em 1968, foi talvez a segunda experiência de Altman com cinema (a primeira foi The Deliquents, ainda na década de 1950, e que foi seguida de vários trabalhos para a tv), e, apesar de alguns problemas, ele já entrega tudo aquilo pelo que viria a ser reconhcido. É também nessa produção que conhece e adota o uso da lente zoom, q

That Cold Day in the Park (Robert Altman, 1969): Altman olhando cada vez mais perto.

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That Cold Day in the Park é um dos filmes mais sombrios que já tive o prazer de assistir. O filme é de 1969 e dirigido por Robert Altman, de uma época em que o nome do diretor, um dos mais refinados da hoje velha Nova Holywood, ainda não havia se tornado uma grife  para os melhores nomes de Holywood. That Cold Day é uma adaptação do romance homônimo de Peter Miles, e assim como em seu trabalho anterior, Countdown, Altman segue dando aquele zoom esperto na "alma" humana, e  dessa vez traz assuntos que acho fortes demais para o conservadorismo da década de 1960, e até de 2022, se olharmos bem.  A trama nos apresenta Frances Austen (Sandy Dennis), uma quarentona (talvez) solitária e consciente da sua solidão, oriunda de um grupo social velho e conservador, e com muitas questões sexuais a serem destravadas. Um belo dia ela se depara com um garoto sentado num banco de parque, debaixo de uma chuvarada, e conclui que ele precisa de ajuda. Ninguém sabe se há algo intencional por trás

Duel (Steven Spielberg, 1971): massa!

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O excelente Duel é a primeira produção de Steven Spielberg para o cinema. Lançado em 1971 no Brasil com o título "Encurralado", o filme é um tanto diferente das tramas emocionadas e emocionantes, produções milonárias e cheia de robustos efeitos especiais pelas quais ficaria conhecido. O que temos aqui é um road movie sinistro, a cara da Nova Holywood, movimento cultural do qual Spielberg é fruto juntamente com outros grandes. Duel, no entanto, também traz algumas das caracrterísticas que marcam a obra de Spielberg. Mesmo sendo um filme que pode até ser visto como terror, e certamente como um suspense de respeito, a condução da ação num crescendo de emoção, principalmente nas primeiras cenas (quando ainda não entendemos direito o que está acontecendo), já faz valer o filme. Os dramas domésticos/familiares também se fazem presentes aqui, e podem ser encarados (ou não) como o centro da trama, ainda que um olhar superficial faça escapar aos olhos.  Na trama, temos um homem viajan