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Mostrando postagens de abril, 2022

Pânico 2 (Wes Craven, 1997): forjando Sidney fuckin' Prescott.

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Pânico 2 foi o filme que me “engatou” no mundo do terror. Em 1998, ano de seu lançamento, eu já era vidrado em terror mas Pânico 2 me veio como me vem minha banda favorita, reunindo tudo que eu gosto nesse tipo de produto num combo só, e mesmo com algumas “gafes” cenográficas e de roteiro perdidas na trama, é um filme que, após anos de fandom, pode-se perceber que esconde o ouro da franquia. Essa primeira sequência de Pânico segue a linha da obra original. Alguns anos se passaram, e Sidney Prescott (Neve Campbell), agora na universidade vivendo perdida entre as bolhas fúteis dos grupos jovens universitários, deve encarar mais uma uma série de assassinatos que começam a acontecer ao seu redor. Imediatamente entram em cena a dupla Dewey Riley (David Arquette) e Gale Weathers (Courtney Cox), e o resto é o que já sabemos. Esse filme é marcante por diversos motivos, seja pelas boas cenas de perseguição, seja pelas mortes de grandes personagens da franquia. O argumento, caindo na “boa e ve

Paranoia (Rob W. King, 2018): paranoia da boa.

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O maior fato sobre esse ignorado Paranoia é ele ser estrelado pela Christina Ricci, atriz que conquistou fama na infância com sua versão para a esquisita Wednesday Addams, fama essa que a ultrapassa até hoje. É um fato também a atriz ter boa parte de sua filmografia preenchida por filmes de terror ou outros em que interpreta personagens diferentes do comum. Mas ressalva aqui é que nem sempre ela é a esquisita da história, mas parece ser esse um daqueles casos em que a estranheza impregna no artista.  É o que acontece em Paranoia, por exemplo, um dos filmes mais recentes do diretor Rob W. King. Nele, Ricci interpreta Lauren Curran, uma pintora que está vivendo um período de transtorno bipolar, condição que leva ela e o marido a mudarem de casa. Eles optam por um luxuoso condomínio “smart”, fora da cidade, mas coisas estranhas começam a acontecer e colocam a sanidade de Lauren em xeque mais uma vez. Entre as idas e vindas no novo lar, Lauren tem que lidar com a energia estranha dos supe

Destacamento Blood (Spike Lee, 2020): sobre as guerras sem fim.

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A Guerra do Vietnã foi um dos conflitos mais marcantes do século passado e deixou várias sequelas em todos os que vivenciaram o conflito, de uma forma ou outra, de uma forma ou outra. Num saldão geral, mais de um milhão de vietnamitas (alguns falam em 3 milhões) foram mortos em confronto. Do outro lado, 58 mil estadunidenses padeceram. Dos dois lados, a maioria jovem demais para sequer compreender o que estava acontecendo. O cinema estadunidense já nos presenteou com algumas boas obras referentes ao momento, e que marcaram o cinema, hoje, “standard”, sendo Platoon (Oliver Stone, 1986) e Apocalypse Now (Francis Ford Coppola, 1979), dois dos melhores exemplos.  Outros exemplos mais aleatórios, mesmo não tratando exatamente sobre a Guerra do Vietnã, trazem personagens que vivenciaram o conflito (em outros casos, conflitos mais atuais, no Afeganistão ou Síria), e nos lembram que a guerra nunca acaba para estas pessoas. Os horrores permanecem bem vivos na mente daqueles que porventura conse

Lago Bodom (Taneli Mustonen, 2016): massa!

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O lago Bodom, localizado nos arredores de Espoo, na Finlândia, é famoso entre os fãs de “true crime” (e entre os fãs de Childrem of Bodom) por ter sido palco de um crime brutal. Em 1964, três adolescentes foram mortos e um ficou ferido enquanto acampavam às margens do lago. O criminoso, no entanto, nunca foi identificado, e várias teorias sobre a identidade do assassino foram apresentadas ao longo dos anos. Lago Bodom aborda esse misterioso crime tentando mesclar algumas das muitas versões sobre o que pode ter acontecido com os jovens na década de 1960. A trama, desenvolvida pelo diretor Taneli Mustonen em parceria com o roteirista Aleksi Hyvärinen, se passa algumas décadas após o crime original, e conta a história de quatro jovens que por motivos diferentes, decidem acampar nas margens do lago Bodom. Um dos jovens, inclusive, é um daqueles tipos estranhos aficionados por crimes, e espera descobrir a identidade do assassino. Lago Bodom tenta resgatar as narrativas slasher, em baixa n

Renegados até a última rajada (Robert Altman, 1974): mais um tour pelo oeste sensível.

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                                   Em 1974, Robert Altman já tinha lançado trabalhos grandiosos e era um dos maiores expoentes do cinema daquela década. Sua carreira vinha num “crescendo” desde 1968, e já havia atingido alguns picos com o subversivo M.A.S.H. (1970) e o romântico McCabe e Mrs. Miller (1971). Um novo “pico” foi encomendado - ele viria a ser seu clássico maior, Nashville, de 1975 - mas antes disso Altman quis realizar um projeto menor e mais pessoal, que deveria sair, e saiu, do jeito que Altman queria.  Thieves Like Us, ou Renegados até a Última Rajada, é adaptado do livro homônimo de Edward Anderson lançado em 1937. A história gira em torno do trio de ladrões de banco Bowie (Keith Carradine), Chicamaw (John Schuck) e T-Dub (Bert Remsey), recém fugidos da prisão e que precisam completar uma “cota” de assaltos a fim de garantir suas aposentadorias. Mais uma vez, Altman volta a narrar a vida de personalidades vistas como “comuns” por olhos desinteressados, ainda que essas