Postagens

Mostrando postagens de março, 2022

Ninja - A Máquina Assassina (Menahem Golan, 1981): é canastrão mas passa.

Imagem
Várias coisas tornaram Ninja - A Máquina Assassina numa escolha perfeita pra essa manhã de sábado (19/03, data em que escrevo esse texto) rsss. Uma delas foi a nostalgia que esse tipo de entretenimento me proporciona, sempre me levando a um ponto muito específico da minha infância. Outra coisa foi a presença do ator italiano Franco Nero no elenco, esse hino LGBT dos anos 70/80, sempre muito confortável de olhar rsss, mas esses méritos são artificiais demais para dizer alguma coisa sobre o filme. Com pouca pesquisa eu entendi que esse Ninja foi UM DOS responsáveis pela onda de filmes de artes marciais que acometeu Hollywood naquela virada de década. Mas com isso eu também não estou afirmando que essa é uma das produções definitivas do gênero, e tampouco está entre as melhores. Principalmente porque a “coisa” hollywoodiana está presente demais para serem desconsideradas. A começar por Ninja ser um produto estadunidense, que se orienta pela perspectiva estadunidense. O ninja que protagoni

O Grande Lutador (Robert Clouse, 1980): podia ser menos comédia e mais ação.

Imagem
O ano de 1980 marcou a primeira investida de Jackie Chan no cinema hollywoodiano, com o lançamento de The Big Brawl - ou O Grande Lutador, como foi lançado no Brasil. A essa altura, Chan vinha de uma série de produções de artes marciais, todas produzidas em Honk Kong, em que atingiu um reconhecimento razoável com o filme Drunken Master, lançado dois anos antes.  Para a direção, foi escalado Robert Clouse, que havia dirigido Bruce Lee no clássico “Enter the Dragon'' (1973). Havia a expectativa de recrutar um novo Bruce Lee, e Drunken Master, àquela altura, era um sucesso nos drive-ins e cinemas das Chinatowns norte-americanas. Chan aproveitou a oportunidade e fez sua inserção no cinema hollywoodiano já como protagonista.  Em The Big Brawl, Jackie é Jerry, filho "espevitado" de um dono de restaurante que é ameaçado pela Máfia de Chicago na década de 1930. Jerry, no entanto, cede à chantagem dos mafiosos (que sequestram sua cunhada), para que participe de um campeonato d

Licorice Pizza (Paul Thomas Anderson, 2021): as fofuras e chatices de um amor juvenil.

Imagem
Fui com muita expectativa ao tal Licorice Pizza, trabalho mais recente do magnífico Paul Thomas Anderson, e que estreou este mês nos cinemas de todo o Brasil. PTA é um diretor que sempre gera expectativas: ele é queridinho dos críticos de cinema, e este ano, em especial, espera-se que leve uma estatueta do Oscar pela sua nova empreitada. Em Licorice Pizza (título que faz alusão a uma clássica franquia de lojas de discos de Los Angeles, California), entretanto, PTA nos entrega aquele que talvez seja o menos denso entre todos os filmes de sua carreira. O que temos aqui é um romance leve e divertido, definido  pelos percalços que marcam a transição dos jovens para a vida adulta.  Na trama, Gary Valentine (Cooper Hoffman) conhece e se apaixona por Alana Kain (a estreante Alana Haim), que sente dificuldade em ceder ao amor do jovem, mesmo com a evidente atração que sente. Um enredo simples, mas recheado de obstáculos, como toda comédia romântica que se preze. A começar pelo fato de Gary ter

A Morte Convida para Dançar (Paul Lynch, 1980): slasher ralo, mas dá pra curtir.

Imagem
Eu poderia afirmar com alguma segurança que a decadência do gênero “serial killer” no cinema de horror começou com Halloween, curiosamente, um dos trabalhos que julgam marcar o início dessa onda - que virou "slasher". Apesar da praticidade genial que aquela que talvez seja a obra máxima de John Carpenter trouxe, ela veio com uma demanda do público por mais produtos como aquele: rápido, com sustos fáceis, muita carnificina, e um mal que poderia ser ou não imortal.  Felizmente nessa época, algumas produções, principalmente aquelas que alcançaram grande público, eram realizadas com alguma preocupação com o seu produto final. O hoje clássico Prom Night, ou A Morte Convida para Dançar, é um desses exemplos: veio justamente na onda desencadeada por Halloween, com o mesmo tipo de enredo e até a mesma estrela - Jamie Lee Curtis.  A trama não poderia ser mais básica: um grupo de crianças, num bullying tosco num prédio abandonado, mata sem querer uma colega, e com medo, prometem nunca

Predadores Assassinos (Alexandre Aja, 2019): "natural horror" eficiente

Imagem
Alexandre Aja é um nome que vem despontando na direção de horror, e já nos presenteou com alguns bons itens do estilo nos últimos anos. Um de seus mais recentes trabalhos, Crawl, disponível na plataforma Netflix, é mais um exemplo que comprova a crescente qualidade do trabalho realizado pelo diretor francês, que tem se destacado cada vez mais entre os realizadores do gênero. Crawl, lançado no Brasil como Predadores Assassinos, é qualificado no wikipedia como “natural horror movie”, mais um verbete criado, não apenas para aumentar a lista, agora gigante, de categorizações e subgêneros do terror, mas para designar aqueles filmes em que a natureza surge como principal antagonista da história. O filme narra a história da nadadora profissional Haley Keller (Kaya Scodelario), que vai, literalmente, nadar com jacarés para superar antigos traumas familiares. A trama começa com o anúncio da chegada do furacão Wendy, na Flórida. Enquanto todos os habitantes de Coral Lake são obrigados a evacuar

Pânico (Wes Craven, 1996): o slasher absoluto.

Imagem
Pânico foi a porta de entrada de muitos para o gênero terror. A ideia de um serial killer mascarado assassinando jovens no auge da puberdade já não era novidade pra ninguém, e, se formos considerar, era algo bem distante de nós, brasileiros, que não vivemos em subúrbios, não temos o costume do acampamento na beira de lagos, nossas lendas urbanas dificilmente envolvem seres de carne e osso, e sem contar que nossos poucos serial killer documentados geralmente são párias sociais que acabam presos ou mortos pela polícia, e não adolescentes mimados em busca de vingança (mas ainda há as Suzanes Richthofens da vida). O filme de Wes Craven, entretanto, foi responsável pelo resgate do subgênero slasher, ao trocar a pouca seriedade que essas produções se davam na década anterior, por um jogo metalinguístico que transformou o slasher típico numa aventura investigativa, quase intelectual - nerd, tentando aqui ser mais certeiro. Wes, vale lembrar, vinha de uma bem sucedida produção na década de 197

El Exorcismo de Dios (Alejandro Hidalgo, 2022): Inovando de leve.

Imagem
Sempre surge um novo filme de exorcismo pra confirmar que esse subgênero, um dos mais rentáveis do terror e que até hoje é carregado nas costas pelo sucesso d'O Exorcista do Willian Friedkin, não tem mais pra onde ir. Por mais que muitos filmes novos tragam uma novidadezinha aqui e outra ali, nada é ousado o suficiente pra destacar um novo clássico sobre exorcismo. O novo Exorcismo Sagrado (El Exorcismo de Dios), ainda em cartaz nos cinemas, é mais um dessa leva, que promete muito e entrega pouco. Mas o que entrega, é bom. A produção mexicana tem a direção de Alejandro Hidalgo, e narra a história do padre Williams (Will Beinbrink), pároco estadunidense que atua junto a uma comunidade no interior do México, e que é chamado para realizar o excorcismo de Magali (Irán Castillo), que está possuída pelo demônio Balban. Durante o ritual, o padre é possuído e tem relações sexuais com Magali. Anos depois, isolado pela culpa (por ter cedido aos caprichos do capiroto e violentado a moça), ele