KISS - Love Gun (1977): ápice!

Ontem eu me peguei ouvindo aquela trinca maravilhosa de albuns do Kiss lançado ali na metade da década de 1970: Destroyer, Rock n’ Roll Over e Love Gun. Parece ser uma unanimidade entre críticos e fãs que esses foram os discos que melhor capturaram a essência da banda naquele momento. O Kiss não começou como uma megabanda, apesar da imagem forte, e até chegar nesse momento, algo como o topo do mundo do rock n’ roll, houve muita batalha.

Do seu primeiro álbum, de 1974, até Love Gun, sexto trabalho inédito da banda, lançado em 1977, houve um crescendo em qualidade, com a banda finalmente desenvolvendo um som puro e totalmente seu, espontâneo e contagiante, sem deixar peso e qualidade de lado. Esse “ápice profissional” foi justamente Love Gun, que fechou a trinca junto com os dois álbuns anteriores responsáveis por catapultar o Kiss para o estrelato.

“Espontaneidade”, inclusive, é a palavra que melhor achei para definir o Love Gun, objeto desse texto. Produzido por Eddie Kramer, que trabalhou na produção dos Alives e do Rock n’ Roll Over, além de discos solos do Ace Frehley posteriormente, o disco é um dos melhores registros do rock mainstream dos Estados Unidos daquela época - um páreo pesado quando tinhamos bandas como Aerosmith, Alice Cooper Group e outras gravando seus melhores trabalhos no mesmo intervalo de tempo.

Todas as músicas do disco são maravilhosas e, devido à ausência de baladas, podem animar qualquer festinha rocker sem deixar a peteca cair, é só deixar a tracklist rolar. Mas impossível não destacar alguns sons, como a faixa de abertura, I Stole Your Love, uma das melhores aberturas da banda. 

O “lado B” do álbum é todo digno de atenção. Uma sequência capitaneada pela faixa título, Love Gun, e seguida pela descolada Hooligan, a diferente e viajante Almost Human (um dos pontos altos pra mim, com bases muito interessantes de acompanhar), a divertida e cativante Plaster Caster, inspirada na famosa groupie, encerrando com o deslocado mas não menos interessante cover das Crystals, Then She Kissed Me. 

As composições, pra variar, falam de mulheres, festas, paixões, algo de gosto duvidoso (Christine Sixteen não faz sentido nos dias de hoje, sendo uma letra que envelheceu muito mal, apesar da força de Eddie Van Halen na composição), mas os músicos vivenciam o que talvez sejam seu melhor momento enquanto artistas. Não há muito o que acrescentar sobre Love Gun que já não tenha por aí internet afora, com muito mais detalhe. É um disco daqueles “obrigatórios”, atemporais.


Tracklist

01. I Stole Your Love

02. Christine Sixteen

03. Got Love For Sale

04. Shock Me

05. Tomorrow And Tonight

06. Love Gun

07. Hooligan

08. Almost Human

09. Plaster Caster

10. Then She Kissed Me (The Crystals cover)


Paul Stanley (vocal em 1, 5, 6 e 10, guitarra, baixo em 6)

Gene Simmons (vocal em 2, 3, 8 e 9, baixo, guitarra base em 2, 8 e 9)

Ace Frehley (vocal em 4, guitarra solo)

Peter Criss (vocal em 7, bateria)





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